A Festa das Sementes

O passarinho comeu a fruta
e logo começou a voar.
No caminho,
sentiu vontade de parar.

Uma sementinha caiu no chão
E foi uma festa, então.
Ela mergulhou na terra
e logo começou a brotar.


Foi folha para todo lado,
E em uma grande árvore
se transformou.
Uma frutinha doce fabricou.
Os passarinhos vieram desfrutar
de sua sombra fresquinha e do seu fruto.

E eis que os passarinhos
comiam a fruta e começavam a voar.
No caminho sentiam vontade de parar.
Outras sementinhas caiam no chão
E começava aquela festa então.



By  Liz

O dia em que resolvi dar uma paquerada

Eu tinha uma melhor amiga, o nome dela era Carlinha. A gente se dava muito bem e falava de tudo quanto era coisa e também a gente adorava rir dos outros. Do Seu Manoel que andava arrastando os chinelos no chão da calçada, da Dona Candoca de vivia de bobes coloridos na cabeça, do Seu Luis que mais parecia uma chaminé com aquela fumaça que saia do seu pito e até da minha avó que vivia com um pentinho marrom grudado no cabelo nem sei porquê.

Um dia minha mãe pediu para ir à padaria para comprar pãozinho fresco pra ela. Então chamei a minha amiga Carlinha, que morava na mesma rua que eu , para me fazer companhia e assim a gente aproveitava para rir um pouco.

Para chegar na padaria a gente tinha que passar por uma passarela, dessas que o trem passa por baixo e tinha uns 798 degraus para subir e descer. Quando a gente estava voltando da padaria e já estava subindo o segundo degrau da passarela, a Carlinha disse " Olha dos dois gatinhos que tá vindo aí". Fiquei tão nervosa, eu ainda não tinha treinado a paquerar, mas mesmo assim resolvi dar bola. Só que essa decisão me deixou as pernas tão tremendo que, quando fui subir o terceiro degrau meu pé pisou na beiradinha e eu escorreguei. Fiquei com medo de cair e os meninos rirem de mim, e quanto mais tentava me manter em pé mais eu escorregava. Foi quando não deu pra segurar e cai ajoelhada em cima do saquinho de pãozinho fresco que a minha mãe tinha encomendado. Eu fiquei tão desesperada por estar amassando o pãozinho fresco da minha mãe e tão envergonhada por ter caído na frente dos meninos, que eu tentava tirar o saquinho debaixo dos meus joelhos ainda ajoelhada. Foi quando percebi 4 pés passando do meu lado. Parei estaqueada do jeito que seu estava e olhei, olhei mesmo. Não deu pra ver a cara dos meninos, mas os tênis estavam bem sujos, um deles tinha até chulé. Me levantei depois de muito sapatear , eu sentia as minha bochechas arderem de tão vermelhas que estavam, olhei pra trás para ver se eu conseguia ver os meninos e dei de cara com a Carlinha roxa ,de boca aberta e olhos esbugalhados tentando decidir o que faria primeiro, se me ajudava a colocar os pães dentro do saco que a essa altura já estava todinho rasgado ou dava aquela gargalhada. Então a gente sentou ali mesmo no terceiro degrau e rimos tanto que fiquei até com dor de estômago de tanto rir que até chorava. Naquela tarde a minha mãe me fez sopinha de pão, porque eles estavam muito amassados para comer com margarina.

E foi assim que eu aprendi aquele ditado que a minha avó sempre me disse "não cospe pra cima, menina, que um dia cai na cara."



By  Liz

O banho de tatu jardim

Eu gosto muito da minha avó. Ela faz um pudim de pão tão gostoso que eu tenho vontade de comer inteirinho, tudo de uma só vez. Eu nunca comi uma coisa ruim que a minha avó fez, eu acho que é porque ela põe bastante açúcar. A minha mãe sempre manda eu escovar os dentes depois de comer os doces que a Vó faz. Mas sempre depois que eu escovo os dentes, como mais um pouquinho do doce quando minha mãe não está vendo, porque eu gosto de ficar com o gostinho de açúcar na boca.
A minha avó é a melhor avó do mundo inteirinho, mas eu não gosto nem um pouco daquelas amigas que ela leva para casa. Vivem apertando as minhas bochechas e dizendo : "Ai, como ele é fofinho!". Minha avó devia escolher melhor as suas companhias. As minhas bochechas ficam vermelhas e doloridas de tanto apertarem. Se eu reclamo, a minha avó diz: "Não seja malcriado, menino!"
Outro dia meu avô estava carpindo a horta e tive uma grande idéia. Resolvi fazer coleção de tatuzinho. Peguei um vidro vazio de maionese que a minha mãe tinha e enchi daqueles bichinhos até a boca e tampei. Quando aquelas velhas que apertavam as minhas bochechas estavam sentadas na mesa tomando chá da tarde com a minha avó e comendo o meu pudim, eu fui por trás de uma delas, puxei a gola do vestido e joguei todo o vidro de tatuzinho nela. Eu não sabia quem era porque todas usavam vestido de florzinha colorida e tinha cabelo branco . Entrei na cozinha e sai tão rápido que nem deu tempo de ver nada, até o vidro caiu no chão e quebrou em mil pedacinhos. A minha mãe tirou o tamanco do pé e jogou nas minhas costas que até ficou a marca. Corri para a garagem e me escondi debaixo do carro. Dava pra ouvir de lá a gritaria: "Ai que nojo! ", "Ai que cheiro ruim! ", "Ai caiu um no meu chá! ", "Ai sentei em cima de outro! "

Depois eu ouvi o chuveiro funcionar. Ela ficou tão fedida que precisou  tomar banho !!! Quem sabe agora elas param de apertar as minhas bochechas e me chamar de fofinho Tá certo que de tanto eu comer os doces da minha avó eu era meio gordinho, mas fofinho não. Meu amigos me disseram que fofinho é coisa de boiola.
No dia seguinte eu vi o vestido da minha avó no varal e naquela semana ela não me fez doce Eu não me lembro muito bem, porque todos os vestidos de avós tem florinhas coloridas, mas acho que eu devo ter errado o alvo.

" – Vó, Eu te amo !!!"



By  Liz 

O galo do meu avô

Hoje tenho 8 , mas quando era pequeno e tinha 7 anos, queria ajudar o meu avô a tratar das galinhas. Sempre morei na cidade, mas nos fundos da minha casa tinha um lugar que o meu avô construiu para criar galinhas e ter ovos fresquinhos todos os dias. O meu avô chamava aquilo de galinheiro, mas eu achava que dava um lugar legal para com os meus amigos. As galinhas ele podia por em outro lugar.
Todos os dias meu avô ia por milho, água e pegar os ovos. Eu sempre queria ajudar, mas nunca deixou nem mesmo entrar no galinheiro, então ficava do lado de fora olhando como ele fazia. Eu já sabia de cor, tudinho. Todas as vezes eu contava as galinhas e quantos ovos o meu avô pegava. Sempre faltava um, acho que tinha uma que era meio preguiçosa. Nunca entendi direito essa história de ovo. Perguntei ao meu avô e ele me disse que os pintinhos se formavam dentro do ovo. Mas, se dentro do ovo tinha aquelas coisas, como é que pode nascer um pintinho também ?
Só sei que eu gostava muito de ovo frito, omelete, e gemada bem docinha; pão com ovo, ovo mole com sal e gema com açúcar e farinha de milho. Hum!!! Mas a partir naquele dia eu fiquei com medo de comer ovo com pintinho. Meu avô me disse que comer muito ovo não faz bem.
Um dia eu vi ele fazendo um furinho na casca do ovo e chupando tudo o que tinha lá dentro, depois pôs aquele ovo vazio junto com os outros na geladeira, meu avô parece até criança. Às vezes não tem juízo.

Outro dia quando não tinha ninguém vendo e eu não tinha nada para fazer, fui brincar com o galo. Não entrei lá dentro do galinheiro porque meu avô disse que era perigoso, então fiquei de fora mesmo. Fiz um furinho num grãozinho de milho e amarrei uma linha nele,joguei lá dentro , logo o galo veio e comeu. Eu logo puxei de volta antes que ele terminasse de engolir. Aí eu joguei de novo e o galo veio e comeu novamente. O galo do meu avô fazia uma cara estranha. Mas eu achei legal e continuei. Acho que o galo gostou porque também continuou a brincar comigo, até que a minha mãe me chamou para tomar banho.
No dia seguinte eu ouvi o meu avô comentar com a minha mãe, que ele achava que o galo havia cantado diferente e que devia de estar com algum problema. Eu pedi ao meu avô para me deixar cuidar do galo, mas ele me respondeu " Não se brinca com os animais", então respondi : "O galo deve estar com fome. Acho que ele quer milho". Meu avô saiu resmungando alguma coisa e eu perguntei ; " O quê ? " E ele gritou : "Vai tomar banho! ". Eu tinha acabado de tomar café da manhã e a minha avó me disse que eu não podia tomar banho com a barriga cheia. Fiquei o dia inteirinho atrás do meu avô esperando ele pegar os ovos. Aí pedi e chorei para deixar eu segurar os ovos, até que ele deixou. Eu não queria comer ovos fritos com pintinho, então fazia um teste em todos os ovos que o Vô me dava para segurar. Quando viu o teste que estava fazendo, ele ficou furioso: "Não joga o ovo em cima do telhado , menino". Nem me deixou explicar e foi logo me dando umas chineladas na minha bunda. Só de raiva no outro dia quando saiu para ir ao banheiro, eu entrei lá dento do galinheiro para tratar das galinhas primeiro que ele; eu queria ajudar! Mas quando o galo me viu, veio para cima de mim e começou a bicar a minha cabeça e a bater com as asas, aí eu fechei os olhos e gritei, gritei, e veio todo mundo me acudir, até a vizinha que era meio surda.
Depois daquele dia, eu não entrei mais no galinheiro, porquê todas as vezes que o galo me via, queria me bicar e bater com as asas. Eu acho que tinha ciúme das galinhas !
Ele ficou tão bravo que a minha avó precisou matar e fazer uma sopa dele. Até que tinha um gostinho gostoso aquele galo de rabo verde do meu avô.

Mas me deu uma pena! Eu gostava de ficar brincando de dar milho para ele !!!


By  Liz

Paulinho Branquelo

Era uma vez um menino que não sabia sorrir. Estava na idade em que todos os garotos gostam de jogar futebol, andar de bicicleta, skate, se divertir. Mas Paulinho não. Vivia sempre sozinho trancado em seu quarto, não sabia brincar e nem gostava, não tomava sol e por isso era pálido, muito pálido. Tão branco que mais parecia uma vela, pois seus olhos azuis pareciam duas chamas quase se apagando. Nunca saia de casa e quando saia as crianças da rua caçoavam dele dizendo:

- Lá vem o branquelo! Lá vem o branquelo! - Não sabiam sequer o nome dele.

Paulinho tinha medo de fazer amigos, porque não queria que ouvissem o barulho que seu tênis fazia toda vez em que andava, ou que vissem suas bochechas vermelhas todas as vezes em que caia e batia o bumbum no chão. Não saia de casa porque tinha vergonha quando sua mãe pegava na sua mão para atravessar a rua. Vivia sempre sozinho e não sorria porque dizia que suas bochechas doíam todas as vezes que tentava sorrir.

Era uma vez um menino triste, porque não tinha amigos. Mas vivia curioso, queria saber o que acontecia na casa vizinha, que tinha tanto barulho. Era uns batuques, pancadas, gritarias, gargalhadas. Às vezes Paulinho ficava com medo, parecia que ao lado da sua casa havia uma casa de loucos, um manicômio. De manhã não sai no sol porque queimava a sua pele e ardia e a barulheira no manicômio era tão grande que vivia assustado debaixo dos lençóis.

- 1, 2, 3 e jáááááá !!! Viva eu peguei!!!

Marcinha vivia dando gargalhadas e não sabia fazer outra coisa a

não ser pular, cantar e brincar. Seu sorriso era tão contagiante, que o sol brilhava mais forte todas as vezes que olhava para ela. Marcinha vivia curiosa, queria saber o que não acontecia na casa ao lado da sua, para aquele menino ser tão triste e branquelo.

Um dia a bola de Marcinha caiu, quase sem querer, no quintal do menino triste que estava sentado na varanda se escondendo do sol. Quando ele viu a bola, tentou pega- la mas tinha medo que os garotos da rua ouvissem o barulho que seu tênis fazia ou que vissem suas bochechas rosadas caso batesse com o bumbum no chão. Então ficou parado, sentado ali mesmo, abraçando suas pernas e com a testa nos joelhos.

Marcinha não esperou. Pulou o muro e foi procurar a sua bola.

- Com licença! – gritou ela. - Posso pegar a minha pula pula?

Paulinho levantou a cabeça:

- Que coisa estranha !- Pensou o menino triste. Será que as suas bochechas não doem de ficar com a boca esticada? Seu tênis também faz barulho quando anda, será que não sente vergonha? No mesmo instante , Marcinha também o observava:

- Nossa, que cara estranha! A boca é murcha! Será que suas

bochechas não doem? Será que seu tênis não faz barulho, por isso vive parado?

Foi então que Marcinha, com grande simpatia, chegou perto do menino e exclamou:

- Vamos brincar na minha casa? É ali ao lado, eu empresto o meu tênis para você, ele faz um barulho legal todas as vezes que ando. O seu não? E as sua bochechas não doem quando você não sorri? ...

Então o menino triste percebeu que tudo o que era ruim para ele e o que o envergonhava, era brilhante e legal para Marcinha. No inicio as bochechas dele doeram quando começou a sorrir, mas o tênis dela também fazia snif, snif igual ao seu.

- Qual o seu nome? perguntou a menina.

- Paulinho.

- Oi, o meu é Marcinha.

Paulinho foi contagiado pelo brilho e alegria de sua nova amiga,

quando brincava com ela, se esquecia que sua pele ardia no sol, não ouvia seu tênis fazer snif, snif, porque o snif, snif do tênis de Marcinha era mais alto e percebeu que se ele batesse o bumbum no chão ninguém ia perceber suas bochechas vermelhas, porque elas ficam vermelhas antes, quando ele corria, igual às de Marcinha .

Paulinho e Marcinha formaram uma boa dupla, e naquela rua, agora, havia mais uma casa de loucos.


By  Liz

A menina que queria mudar o mundo

Marcinha era uma garotinha de 8 anos muito alegre e inteligente. Adorava suas bonecas, gostava de jogar bola e pular corda com as amiguinhas. Seus pais lhe davam amor e segurança. Marcinha sabia que todas as manhãs acordaria com um beijo de sua mãe lhe despertando para se aprontar para ir à escola.


Lá, o que mais gostava era da hora da leitura. Em cada livrinho Marcinha se transportava para dentro dele e vivia as maiores aventuras. Visitava a vovó de Chapeuzinho Vermelho, avisava Branca de Neve para não comer a maçã, achava o convite perdido da Fada da Bela Adormecida e até ajudava a procurar Feiurinha. Mas havia algo que entristecia Marcinha. Ao assistir os noticiários de TV, notava que o mundo precisava de um super- herói , de um Batman, as Meninas Super Poderosas ou até mesmo o Máscara para acabar com a violência. E então um dia acendeu uma luz dentro da cabeça de Marcinha. Ela poderia mudar o mundo, não tinha o dedo verde, uma fada madrinha ou um pequeno príncipe ao seu lado, mas poderia tentar.

Havia um garotinho da escola que se chamava João, muito inteligente porém, não tinha possibilidades de levar uma lanche para a escola, seus pais trabalhavam o dia todo catando papelão na rua para dar o que comer a Joãozinho. E numa certa manhã, dessas que o frio parece querer rachar o nosso nariz, Lúcia , uma garota orgulhosa que não gostava de se misturar, estava com frio, embora tivesse mais agasalho em casa achou que aquele lhe bastaria, mas na escola batia muito vento e era muito gelada. Quando Marcinha percebeu, tirou o seu poncho e emprestou para a sua amiga, que logo ficou quentinha. Marcinha ficou satisfeita e com o calor que vinha do seu coração nem sentiu falta do seu agasalho. Na hora do recreio Lúcia quis retribuir o carinho que sua amiga lhe fizera e ofereceu um de seus dois lanches. Marcinha até pensou que poderia estar saboroso, mas tinha o Joãozinho que talvez estivesse com fome, e pediu para Lúcia que não devolvesse o seu favor, mas que passasse adiante. Joãozinho saboreou aquele delicioso lanche, nunca havia comido algo tão bom. Lúcia ficou tão feliz e satisfeita por Ter feito isso que nem sentiu falta do lanche que repartiu. No dia seguinte, Joãozinho quis retribuir à Lúcia o lanche que havia lhe dado se oferecendo para ajudar no problema de matemática. Lúcia até que gostou da idéia, mas lembrou de Caio que era menino muito forte e muito bom em jogos escolares, porém, péssimo nesta matéria. Pediu para Joãozinho que não lhe devolvesse o favor, mas que passasse adiante. Caio conseguiu entender o problema. Com a explicação da professora e a ajuda de Joãozinho tudo ficou mais claro. Joãozinho ficou feliz por te- lo ajudado, e não se sentiu com menos inteligência por ter repartido o seu conhecimento com o amigo. Na semana seguinte Caio quis retribuir ao amigo a ajuda que recebeu. Mas Joãozinho, sempre inteligente pediu para que não lhe devolvesse a ajuda, mas passasse adiante assim que pudesse. No final da aula, Caio percebeu que o carro da professora não queria pegar e lembrou do que Joãozinho havia lhe dito. Como era um garoto forte não teve dificuldade de dar um empurrãozinho no carro da professora, que ficou aliviada por não se atrasar para o próximo compromisso, e disse automaticamente aquela frase que quase todos os adultos costumam dizer: "Nossa, nem sei como te agradecer." Caio podia não ser bom em matemática, mas era esperto, aprendeu a lição que Joãozinho havia lhe ensinado e respondeu à professora que não queria que lhe devolvesse o favor, mas que passasse adiante assim que pudesse.

A professora Sofia a princípio ficou sem ação, pois a frase que dissera realmente havia sido sem pensar. Notou então que a frase pode ser automática para um adulto, mas um adolescente ainda entende a frase inteira. Enquanto se dirigia para próximo compromisso, foi pensando no que Caio havia lhe dito. Chegou em cima da hora para a reunião e foi acolhida pelo sorriso de todos os que estavam ali. Era uma reunião na comunidade onde morava. Havia muitos jovens naquela comunidade; falavam sobre eles quando a professora Sofia comentou com os amigos a maneira como Caio havia encarado aquela frase "automática". Uma das pessoas ali presente teve a idéia de trabalhar com os jovens diversos assuntos, pelo menos uma vez por semana, formar uma reunião de jovens. essa idéia virou realidade e teve sucesso. A professora que estava sempre à frente dessa reuniões um dia recebeu alguns pais que vieram lhe agradecer pela diferença que essas reuniões haviam feito em suas vidas e que queriam retribuir essa ajuda. A professora, então, lembrou a lição que aprendera com Caio e pediu para que não lhe devolvesse a ajuda mas que passasse adiante. Esses pais saíram de lá pensando como poderiam passar adiante quando uma das mãe lembrou da avó de Marcinha que não podia andar e por isso vivia em seu quarto sem sair de casa. Fizeram uma vaquinha e compraram uma cadeira de rodas, já que os pais de Marcinha não teriam essa possibilidade. – Nunca a vovó esteve tão feliz – disse Marcinha saltitante. E quando a Vovó Lourdes perguntou àqueles bondosos vizinhos o que poderia fazer para retribuir o carinho, disseram que não lhes devolvessem mas que passasse adiante, uma vez que isso era o que eles estavam fazendo. Marcinha ficou orgulhosa do que ouviu. Mordeu os lábios para não falar nada. Ela era como daqueles super heróis mascarados que ninguém sabe quem é ou onde se esconde. Estava feliz por estar dando certo a sua missão. A vovó Lourdes todas as tardes saia para o jardim ver as flores e contar histórias para os amiguinhos de Marcinha, que cada vez aumentavam mais. A vovó das histórias, como ficou conhecida, ensina no final de cada tarde, as crianças a passarem adiante toda ajuda que receberem, pois sempre haverá alguém precisando dela.


By  Liz